Caderno Casa Nova online traz entrevista com editor da revista Kaza
27 de agosto de 2013

Caderno Casa Nova online traz entrevista com editor da revista Kaza

Caderno Casa Nova online traz entrevista com editor da revista Kaza

A publicação que vai exibir os projetos selecionados para a edição especial do prêmio TOP 100 Kaza contará com trabalhos dos escritórios catarinenses eleitos nesta sexta edição: Arch Design, Juliana Pippi, Guglielmi & Salum Arquitetos Associados, Robson Nascimento e Cristiana Delpizzo e Mariana Schwartz. Allex Colontonio, com passagem pela Vogue, Wish e com diversos projetos diferenciados no mercado de arquitetura de interiores e design, fala sobre a nova cara da revista, seu lançamento e a grande festa de entrega do título Top 100. 

 

Jornalista Allex Colontonio, ex Casa Vogue, fala sobre a repaginação da revista Kaza no mercado nacional

Profissional fala sobre o trabalho, a linha editorial e o prêmio TOP 100, que reúne no final de agosto os 130 escritórios brasileiros mais atuantes do mercado

 

 

casanova@diario.com.br

 

O jornalista paulistano Allex Colontonio ganhou carta branca, há pouco mais de um ano, para interpretar a missão da Kaza e conduzir um processo intenso de repaginação da revista, sem perder os atributos que a destacaram no mercado por 10 anos. Nesta entrevista ele fala como encarou o desafio, bem-vindo, de reposicionar a publicação no mercado editorial.

Allex Colontonio, 36 anos, tem um currículo e tanto. O jornalista paulistano já passou pelos maiores veículos de comunicação do setor de arquitetura e decoração, foi editor-chefe na equipe de Clarrisa Schneider (hoje Bamboo) da Casa Vogue durante 10 anos, enquanto paralelamente tocava outros projetos customizados. Escreveu sobre arquitetura e urbanismo para veículos como Jornal do Brasil, ex-colunista do caderno CASA, do portal IG e criou seu blog allexincasa, ainda quando o mercado midiático do setor engatinhava na internet. Na Wish Report defendeu a ideia de lançar uma nova revista de design de interiores, a Wish Casa, e por um ano foi responsável pela elaboração do projeto. O último convite partiu da Kaza. 

— Assumi a responsabilidade de fazer o extreme makeover de Kaza — um desafio e tanto, mas muito gratificante também.
Aqui, Colontonio fala sobre o trabalho, a linha editorial e o prêmio TOP 100, que reúne no final de agosto os 130 escritórios brasileiros mais atuantes do mercado. Allex prepara a publicação especial desta edição que será lançada na Bahia.
 
Como começou seu trabalho na equipe da revista Kaza?
 
Allex Colontonio _ O start oficial foi em novembro de 2012, quase um ano atrás. Mas começamos a trabalhar muito antes na elaboração do projeto, que incluiu muitas pesquisas de mercado, uma pequena reestruturação de equipe e total reconfiguração gráfica e editorial, com direção de arte da carioca poderosíssima Mariana Ochs (um dos maiores nomes de sua seara, responsável por grandes títulos nacionais e internacionais, como a Tatler asiática).
 
Quais as mudanças investidas na publicação?
 
Colontonio _ Estava na Casa Vogue quando a Kaza foi lançada, há exatos 10 anos. Na época, o panorama editorial era muito diferente do que é hoje – não havia tantos títulos rivalizando (Casa Claudia Luxo, Bamboo, WC não existiam) e Kaza nasceu como uma opção mais jovem e moderna dentro do universo de revistas premium. Fui contratado justamente para resgatar esse espírito fresh, avant-garde e original que está na essência do produto criado por Ronaldo Gomes Ferreira e Ronaldo Ferreira Filho, na época com projeto gráfico inovador de Marcelo Aflalo.
Mas depois de uma década era preciso uma atualização radical. Para tanto, fizemos um projeto editorial mais jornalístico, para poder abordar o universo do design, do décor, do lifestyle, da arquitetura e das artes muito além da superfície, se aproximando mais dos personagens, com pautas mais quentes, humanizadas, próximas ao leitor, dentro de uma simplicidade de navegação muito estratégica, sem firulas (como toda revista deveria ser). Tudo de um jeito leve e bem-humorado, nada careta. Também linkamos ao tema "casa" diversos assuntos indiretamente relacionados, como moda, gastronomia, viagem e cultura de um modo geral. Entendemos que a estética da casa tem tudo a ver com essas referências externas. É importante se nutrir delas.
 
E sobre o desafio de assumir este início de ciclo na revista Kaza? Como foi o convite e como você pensou em desdobrar esta publicação com 10 anos no mercado e seguir em frente?
 
Colontonio _ Muitas pessoas me disseram que era preciso muita coragem para mudar, que reposicionar um título era muito mais difícil do que criar um do zero. Mas, como todo bom sagitariano que se preze, nunca tive medo de arriscar, de cruzar a linha da zona de conforto. Saí da Casa Vogue no ápice da revista, porque queria tentar algo novo. E consegui fazer isso na Wish Casa, uma grande realização, uma experiência ótima, mas que caminhava para uma senda excessivamente elitizada naquela ocasião (até por se tratar de um projeto internacional). Numa época em que o design começa a ganhar mais força no Brasil e que vislumbra um horizonte de democratização (ainda que distante), queria me comunicar com mais gente, ser uma voz mais expressiva no apoio aos jovens talentos e um curador um pouco mais ousado na seleção de produtos, além de fazer uma abordagem menos pretensiosa na leitura da casa brasileira. E me identifiquei com o K da questão. Não fui eu quem inventou que a Kaza deveria ser diferente. Como já disse, a revista já nasceu para ser uma opção mais jovem e moderna dentro do segmento luxo. E nada foi por acaso: quando recebi o convite do Ronaldo Ferreira Filho, dono da editora, eu era o nome mais jovem entre os diretores do mercado. E tive carta branca para interpretar a missão da revista e repaginá-la da forma como eu acreditava que deveria ser feito. Isso tudo deixava a proposta com ares tentadores. Basicamente, aproveitei essa década de prestígio de Kaza, sua credibilidade, alcance e visibilidade nacional, para atualizar o conteúdo com uma proposta mais limpa, jornalística e moderna, mas sem nenhuma vaidade, da forma mais funcional e ergonômica possível para o leitor, com ótimo papel e excelente qualidade de impressão, mas sem extravagâncias que inviabilizariam a vida útil da revista. Convidei Mariana Ochs (com quem tivera a oportunidade de trabalhar na Vogue anos antes) para materializar essa proposta justamente por seu espírito cosmopolita e democrático (ela teve escritório em Nova York durante mais de 15 anos e assinou projetos expressivos da Ásia ao Leste Europeu, mas tem um conhecimento profundo do mercado brasileiro e suas demandas: o que era fundamental para mim). 
Nossa missão desde então é apresentar, em páginas lindas, fluidas, elegantes e dinâmicas, a vida como de fato ela é. Tudo para incentivar as pessoas a se relacionarem melhor com seus espaços, com dicas e soluções pertinentes, apresentadas de um jeito original e supercriativo (nosso desafio diário). Por trás das pautas "malucas", onde vale convidar um arquiteto para montar uma cozinha dentro de um container, pendurar móveis de cabeça para baixo, fazer uma cena com 30 crianças e 100 coelhinhos vivos ou colocar um crocodilo dentro do living (sim, já fizemos tudo isso), estão uma curadoria impecável de serviços e produtos embrulhados em layouts belíssimamente arquitetados, dentro de um guarda-chuva mais plural que tem a cara da Kaza com K e Z – por si só, uma marca subversiva, novidadeira, despretensiosamente cool. 
 
O que marca a revista Kaza hoje no mercado?
 
Colontonio _ São muitos os diferenciais de Kaza, a começar pelo layout mais limpo, moderno, dinâmico, de fácil assimilação e supervalorização do conteúdo apresentado. Temos 10 anos de tradição e, ao longo da década, através de ações de relacionamento com grandes marcas e arquitetos, como o evento Top 100, marcamos território onde nenhuma outra revista chegou – é preciso olhar muito além do eixo Rio-Sampa, não só considerando as dimensões continentais do país, como o excelente potencial de consumo de arquitetura/décor em todos os estados e sua característica plural como berço de novos talentos.
Esta década inteira de trabalho sólido projetou Kaza como um veículo muito mais sedimentado do que as revistas que surgiram nos últimos dois anos. E ainda há uma vantagem extra: somos a equipe mais jovem do mercado – a idade média da redação é de 25 anos (sou o tio da turma!) – e isso se manifesta no allure geral do produto, em suas páginas claras, vibrantes, positivas e cheias de astral, antenadíssimas, que primam por um conteúdo exclusivo. Além das seleções caprichadas de casas e produtos, temos seções customizadas onde apresentamos grandes nomes criando ambientes e produtos especialmente para nossos leitores. Ou seja: um conteúdo mais do que personalizado, único, que você só encontra aqui. Outro ponto: nenhuma outra revista aposta tanto em jovens criadores como nós. E queremos, cada vez mais, ser reconhecidos como um carro abre-alas de jovens talentos na mídia especializada brasileira.
 
Qual a tiragem da revista?
 
Colontonio _ Cinquenta mil exemplares. Mas somos também pioneiros na integração de mídias, o que faz com que a revista se multiplique de forma nababesca pela rede. Se Deus quiser – e Ele há de querer, em breve seremos a revista mais pop do circuito.
 
Santa Catarina participa do Prêmio TOP 100 Kaza, numa parceria com o Shopping Casa & Design, de Florianópolis. O que temos para a edição deste ano? 
 
Colontonio _ Muitas novidades, sempre – de outra forma, não conseguiríamos o destaque com o qual contamos atualmente entre os grandes títulos do mercado. A começar pelo projeto gráfico novo – é a primeira vez que a edição Top 100 será publicada dentro deste perímetro gráfico tão especial desenhado com a grife Mariana Ochs. Paralelamente, o evento está cada vez mais especial também. É uma grande festa, reconhecida por valorizar a diversidade regional brasileira por meio da identificação dos 125 profissionais de arquitetura e design mais requisitados do país. O prêmio já é mais do que reconhecido – e disputado – por sua excelência. Mas como estamos na sexta edição, podamos arestas e aperfeiçoamos ainda mais o formato com conteúdo especial aos participantes. Entre as novidades que posso adiantar, estão atrações musicais especialíssimas, como a diva da MPB (Música "Preta" Brasileira) Sandra de Sá. E muitos palestrantes peso-pesado, em sintonia com o conteúdo que publicamos todos os meses na revista. Um dos convidados de honra é a ex-senadora, articuladora política e presidenciável Marina Silva. Uma das mais importantes personalidades da política nacional, ela vai abordar o tema "Os desafios da sustentabilidade na arquitetura brasileira" – muito pertinente, não? O Studio Pininfarina, representado pelo italiano Paolo Trevisan, também vem especialmente a nosso convite para falar sobre "Processos criativos e a democratização do design". Fernando Diez, arquiteto e diretor de redação da revista Summa+, um dos mais conceituados veículos da América do Sul, editado no Brasil pela mesma Ação que publica nossa Kaza, falará sobre "Sustentabilidade em projetos de arquitetura e urbanismo". Tudo isso com aquela vista paradisíaca de Comandatuba. Não tem como não ser incrível, né?
 
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