Daniela Ferro: a criadora de traços sutis e conceito minimalista
Formada em Design de Produtos pela Universidade Federal do Paraná, a designer Daniela Ferro já sabia desde muito nova, mais precisamente na adolescência, que criar era o seu destino. Apaixonada pelo mundo da arte e do design, aos 15 anos ingressou na Escola Técnica para estudar Desenho Industrial..
De lá para cá, Dani tem aprimorado sua verve criativa e desenvolvido móveis e objetos que podem ser vistos em lojas de todo o país, como na Moad Home, que fica no Shopping Casa & Design. Desde 2001 ela é sócia e head designer da Asa Design, escritório que tem um um extenso portfólio neste segmento e ganhador, em 2013, do Prêmio Salão Design Casa Brasil, categoria indústria.
Quer saber mais sobre esta festejada designer? Acompanhe nosso bate-papo:
CD- Qual a tua formação?
Daniela Ferro - Sou designer de produto, formada pela Universidade Federal do Paraná, em 1998. Depois trabalhei em fábricas de móveis por quatro anos. Voltei a Curitiba, em 2002, e me tornei sócia da Asa Design, onde coordeno uma equipe de designers. Trabalhamos muito com a indústria moveleira.
CD- O porquê da escolha pelo design?
Daniela Ferro - Desde que me entendo por gente sou apaixonada por arte. Aos 15 anos fui para Escola Técnica estudar Desenho Industrial , trabalhei desde adolescente em escritórios de arquitetura e design e também cursei a Escola de Belas Artes. Entendo que design é algo que leva arte e beleza para a vida das pessoas. Além disso, ressignifica os objetos e possibilita mais qualidade de vida para os usuários.
CD- De onde parte a sua inspiração?
Daniela Ferro - A inspiração começa com o briefing. Qual é nosso desafio? Olhar para a situação de uso do objeto, olhar para as pessoas que vão produzir e comercializar as peças, identificar tendências de comportamento e estilo de vida. A partir disso, buscar um conceito criativo relacionado ao desafio proposto pelo briefing. Gosto de trazer para as minhas criações referências da natureza - paisagens, animais - personagens, músicas, filmes e obras de arte.
CD- Qual a primeira peça criada?
Daniela Ferro - A primeira peça que criei foi uma poltrona, no último ano da faculdade. Fiquei um ano neste projeto. Minha monografia era sobre a relação entre arte e design e como este objeto poderia expressar brasilidade. Este trabalho foi muito rico e fez parte do processo de descoberta da minha linguagem. Percebo que faz parte do meu trabalho até hoje.
CD- Fale sobre a última coleção lançada. Qual foi o gatilho para criá-la?
Daniela Ferro - A coleção que desenvolvi para a Mobilier, que está exposta na Moad Home. A cadeira Naiá (foto) foi inspirada em uma lenda indígena que fala de uma índia que se transforma em vitória régia. O resultado desta proposta é um desenho romântico, leve, orgânico e natural.
CD- Ao falarmos de design e dessenvolvimento de produtos, como você vê Santa Catarina no cenário nacional?
Daniela Ferro - Santa Catarina é um polo moveleiro forte. As indústrias têm melhorado em tecnologia e aprimorado a qualidade.
CD- O que define o bom design?
Daniela Ferro - Bom design é atemporal. Apresenta conforto no uso e cria um vínculo afetivo com o usuário.
CD - Para quais marcas cria atualmente e podemos esperar por mais novidades By Daniela Ferro?
Daniela Ferro - Atualmente assino para a Mobilier, Dona Flor Mobília, Brisa Casa. A ideia é intensificar estas parcerias criando coleções anuais.
CD - Quem são seus arquitetos e designers prediletos e quais os ensinamentos deles que você transpõe para as suas criações?
Daniela Ferro - Oscar Niemeyer, Vila Nova Artigas, Lina Bo Bardi, Patricia Urquiola, Sérgio Rodrigues e Joaquim Tenreiro. Desses mestres da arquitetura admiro a capacidade de romper paradigmas e a ousadia estrutural. Dos mestres do design, aprecio o uso inteligente dos materiais e a delicadeza no uso da madeira. Da Patricia Urquiola gosto muito do conceito por trás de suas criações.
CD - Quando não está criando, qual o seu passatempo preferido?
Daniela Ferro - Gosto de estar em contato com a natureza. Amo banho de cachoeira, andar no mato e respirar ar puro. Conhecer novas paisagens é muito bom!