Tá no Blog: feiras de design, arquitetura e decoração dão o tom do momento
As arquitetas Cris Delpizzo e Mariana Pesca com o designer Karim Rashid.
Cada vez mais frequentes no cenário nacional e internacional, as mostras e feiras de decoração e arquitetura são verdadeiros termômetros do que está em voga no estilo contemporâneo de morar e trabalhar.
Recentemente inaugurada na Capital, a CasaCor Santa Catarina ilustra bem este apelo que as mostras exercem sobre quem atua na área, aprecia ou simplesmente busca referências em arquitetura, design e decoração. Nos 28 ambientes do espaço, cores, texturas, revestimentos, obras de arte, peças de design e mobiliário são apresentados como um grande mood board do que atualmente "funciona" em design de interiores.
A arquiteta Mariana Pesca, autora do escritório da Influenciadora Digital para esta edição da CasaCor Santa Catarina e assídua frequentadora de feiras no Brasil e no exterior, reforça a influência que o que é apresentado neste tipo evento exerce em seu trabalho. Em 2017, ainda que não tenha conseguido conferir in loco suas feiras preferidas - o Salão do Móvel de Milão (Itália), a Design Weekend e a Expo Revestir, ambas em São Paulo - fez questão de acompanhar tudo pela internet. "Consegui me atualizar muito bem por meio das redes sociais, principalmente com os stories do Instagram", revela.
Design Weekend
Expo Revestir
Mesmo com a correria que o dia a dia exige, Mariana tenta marcar presença em feiras e mostras de arquitetura, design e decoração, "mas neste ano não consegui visitar nenhuma delas. Ainda assim me organizei, tirei uma hora diária para acompanhar tudo online e deu super certo". Sobre o que absorveu nesta imersão virtual, revela: as pessoas estão cada vez mais interessadas no que é sustentável e naquilo que pode ser reaproveitado. Objetos versáteis e multifuncionais também estão em alta. Na visão dela, a dinâmica e a criatividade têm ganhado cada vez mais espaço.
Arquiteta Mariana Pesca com o arquiteto e designer italiano Ferrucio Laviani
Márcia Schmidt, proprietária da Moad Home, no Shopping Casa & Design, também se atualiza sobre o que terá aceitação entre seus clientes. "Como lojista, preciso estar por dentro do movimento deste mercado. Além das referências que busco nas feiras que visito, estou sempre me informando por revistas, portais e catálogos", conta. Neste ano, ela fez check-in em duas importantes feiras: a ABIMAD, promovida pela Associação Brasileira da Indústrias de Móveis de Alta Decoração e o Salão do Móvel de Milão. Sobre o que vai pegar nos próximos anos, a lojista aposta, assim como Mariana, na sustentabilidade. "Há um interesse cada vez maior das pessoas em preservar o meio ambiente. Tudo que estiver ligado a sustentabilidade e autenticidade terá uma grande receptividade."
Márcia Schmidt, proprietária da Moad Home, no Salão do Móvel de Milão.
Salão do Móvel de Milão
Ruas também lançam tendências
Outra habitué de mostras, Ruth Fingerhut, consultora de tendências em comportamento de consumo e desenvolvimento de produtos, retornou há pouco da Itália, onde foi conferir de perto a Cersaie, feira de cerâmicas e revestimentos. Como todos os anos visita o evento que movimenta a cidade de Bologna, ela planeja em 2018 respirar outros ares em feiras que também são lançadoras de tendências, como a 100% Design, em Londres, a Heimtextil, em Frankfurt e a Maison et Object, em Paris.
Ruth Fingerhut, consultora de tendências em comportamento de consumo e desenvolvimento de produtos, na Cersaie, em Bolonha (Itália)
A especialista credita a estas mostras um papel importante, mas não sem antes destacar que as ruas também são grandes lançadoras de tendência. Ruth seguiu de Bologna para Milão para sentir a efervescência das ruas da capital mundial do design, uma percepção que vai além do que é apresentado nas feiras e que certamente influenciará o que será utilizado daqui a algum tempo em outras partes do globo.
Nesta conexão entre moda, arquitetura, design e decoração, a designer inclui a alimentação. "Por exemplo, quando se fala em alimentação saudável, leve, isso tem a ver com o uso de tecidos leves, ecológicos, com madeira certificada para mobiliário e também com materiais sustentáveis. A linguagem vai passando de uma coisa para outra e você começa a ver que todos estão sendo direcionados para um interesse comum. Tudo a ver com comportamento", explica.
Por: Fabiana Henrique.